Ricardo Araújo Pereira escreve ao primeiro-ministro

Um parecer

Caro sr. primeiro-ministro,

O conjunto de medidas que me enviou para apreciação parece-me extraordinário. Confiscar as pensões dos idosos é muito inteligente. Em 2015, ano das próximas eleições legislativas, muitos velhotes já não estarão cá para votar.

Tem-se observado que uma coisa que os idosos fazem muito é falecer. É uma espécie de passatempo, competindo em popularidade com o dominó. E, se lhes cortarmos na pensão, essa tendência agrava-se bastante. Ora, gente defunta não penaliza o governo nas urnas. Essa tem sido uma vantagem da democracia bastante descurada por vários governos, mas não pelo seu.

Por outro lado, mesmo que cheguem vivos às eleições, há uma probabilidade forte de os velhotes não se lembrarem de quem lhes cortou o dinheiro da reforma.

Ricardo Araújo Pereira escreve ao primeiro-ministro
fonte: visao.sapo.pt

O grande problema das sociedades modernas são os velhos. Trabalham pouco e gastam demais. Entregam-se a um consumismo desenfreado, sobretudo no que toca a drogas. São compradas na farmácia, mas não deixam de ser drogas. A culpa é da medicina, que lhes prolonga a vida muito para além da data da reforma.

Chegam a passar dois e três anos repimpados a desfrutar das suas pensões. A esperança de vida destrói a nossa esperança numa boa vida, uma vez que o dinheiro gasto em pensões poderia estar a se aplicado onde realmente interessa, como os swaps, as PPP e o BPN.

Se me permite, gostaria de acrescentar algumas ideias para ajudar a minimizar o efeito negativo dos velhos na sociedade portuguesa:

1. Aumento da idade da reforma para os 85 anos. Os contestatários do costume dirão que se trata de uma barbaridade, e que acrescentar 20 anos à idade da reforma é muito. Perguntem aos próprios velhos. Estão sempre a queixar-se de que a vida passa a correr e que vinte anos não são nada. É verdade: 20 anos não são nada. Respeitemos a opinião dos idosos, pois é neles que está a sabedoria.

2. Exportação de velhos. O velho português é típico e pitoresco. Bem promovido, pode ter grande aceitação lá fora, quer para fazer pequenos trabalhos, quer apenas para enfeitar um alpendre, ou um jardim.


3. Convencer a artista Joana Vasconcelos a assinar 2.500 velhos e pô-los em exposição no MoMA, em Nova Iorque.

Creio que são propostas valiosas para o melhoramento da sociedade portuguesa, mantendo o espírito humanista que tem norteado as suas políticas.

Cordialmente,

Nicolau Maquiavel

9 comentários blogger

  1. Tem piada mas estou um pouco farto do permanente sarcasmo

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    1. uma solução possível entre tantas outras seria enfiar os tugas todos num barco e enviá-los para o mar alto à procura de novas terras (dizem que eles são bons nisso), ou então numa nave e enviá-los a todos para o espaço (mas os políticos têm de ir separados em 1ª classe, não vá o povinho ter fome e comê-los pelo caminho) e depois basta vendar o país aos espanhóis e pagar a dívida. Uma solução simples e prática agora que já ninguém sabe o que foi o 1 de Dezembro, ninguém se irá importar com toda a certeza.

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  2. Estimado Ricardo, aguardo com curiosidade a carta ao teu amigo preso 44!

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  3. grande Ricardo parabens, tens otimas ideias, nunca deixes de explorar a tua imaginaçao. aguarda-se agora uma carta ao zé !!

    para o senhor que está farto do sarcasmo e digo isto com pacificidade, ou o senhor nao entende a gravidade da situaçao ou nao tem mesmo ninguem conhecido a passar por isto, mas nao deixe de ser português..

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  4. Apesar de ser um dos velhos (tenho 70 anos) que gastam a massa quase toda em drogas (farmácia) continuo a gozar que nem um doido sempre que leio os artigos do Ricardo Araújo Pereira, é como beber um enorme copo de humor inteligente, de alegria e até de saúde. Continua Ricardo ! precisamos do teu humor corrosivo.

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    1. Humor inteligente, Sempre!!! Grande Ricardo Araújo Pereira!

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  5. Prefiro o Ricardo, mil vezes à cambada política, que só diz baboseiras, para além de nos roubarem indecentemente, quem sabe não morram antes dos velhos...

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  6. Grande homem é pena estes políticos não lerem estás cartas. Porque estás a falar pelo povo.

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  7. E O nosso presidente precisava de uma carta também

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