«Na política nacional estamos cheios de casados, primos e cunhados»

TUDO EM FAMÍLIA

Na política nacional, os vínculos mais fortes não são os ideológicos, ou sequer partidários. São os familiares. Esta é uma lista interminável.



Na política nacional, os vínculos mais fortes não são os ideológicos, ou sequer partidários. São os familiares. No governo, Parlamento e na alta administração pública, estamos cheios de casados, primos e cunhados.

Os exemplos são inúmeros. O ministro Eduardo Cabrita é casado com Ana Paula Vitorino, que também integra o governo. Já Vieira da Silva, ministro da segurança social, é pai da secretária de estado adjunta, Mariana Vieira da Silva.

Ainda no executivo, o secretário de estado Waldemar de Oliveira Martins é filho de Guilherme Oliveira Martins, ex-Presidente do Tribunal de Contas, actual presidente do Conselho Fiscal da Caixa; este é cunhado de Margarida Salema, que preside à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos e é irmã da deputada Helena Roseta, casada com o ex-ministro Pedro Roseta, que é cunhado do também ex-ministro António Capucho.

No Parlamento, os exemplos de consanguinidade são às dezenas: Luís Meneses, filho de Luís Filipe Meneses, Nuno Encarnação, filho do ex ministro Carlos Encarnação e os deputados Candal, pai Carlos e filho Afonso, ambos do PS. 

A que se juntam Paulo Mota Pinto filho do anterior primeiro-ministro Mota Pinto e da provedora da Santa Casa da Misericórdia, Fernanda Mota Pinto. Clara Marques Mendes, deputada, é filha e irmã de dois outros Marques Mendes, António e Luís. António foi eurodeputado, Luís ministro e líder parlamentar. 

O exemplo familiar mais exótico nos dias de hoje é constituído pelas gémeas Mariana e Joana Mortágua.

Paulo Portas, ex ministro e líder do CDS, primo do todo-poderoso socialista Jorge Coelho, é filho do ex secretário de Estado Nuno Portas e enteado de Manuela de Melo, ex-deputada do PS. A socialista Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, é casada com Freire de Sousa que preside à Comissão de Coordenação do Norte. 

O ex-Secretário de Estado de Passos Coelho João Taborda da Gama é filho do socialista Jaime Gama, antigo presidente do Parlamento.

O ex ministro das Finanças Vítor Gaspar é primo de Francisco Louçã, líder histórico do Bloco de Esquerda. Este é cunhado de Correia de Campos, ex ministro da saúde do PS. António Campos, ex-ministro, é pai de Paulo Campos, deputado... 
Esta é uma lista interminável. No acesso ao poder, o que emerge, em primeiríssimo lugar, são os laços de sangue.
Paulo de Morais

Adenda: 05-11-2021:

'Familygate': As 'dinastias' da Assembleia da República
"O parentesco é curricular na política nacional. No Parlamento, faz-se sentir de tal forma que poderiam transformar S. Bento num salão de festas de família", diz com ironia Paulo Morais 

Paulo Morais diz que o parentesco é curricular na política nacional. Dá vários exemplos que atravessam diversos partidos. 

"O parentesco é curricular na política nacional. No Parlamento, faz-se sentir de tal forma que poderiam transformar S. Bento num salão de festas de família", diz com ironia Paulo Morais, fundador da Associação da Integridade e Transparência sobre as ‘dinastias’ da Assembleia da República. 

Os exemplos são vários e apontados pelo ex-candidato a Presidente da República: "Quando os deputados Ana Catarina Mendes, Sónia Fertuzinhos ou Ana Paula Vitorino votam propostas apresentadas pelo Governo, estão a aprovar documentos elaborados nas suas próprias casas". (mais no CM)

Deixe o seu comentário

Com tecnologia do Blogger.