Cristóvão Colombo "zarpa para a Índia" a 3 Agosto 1492

Segundo reza a história, a 3 de Agosto de 1492 Cristóvão Colombo zarpou do porto de Palos de la Frontera com destino à Índia, com 3 navios e uma nau.

Recusado que foi o seu oferecimento a D.João II para fazer essa empresa ao serviço de Portugal, Colombo mudou-se de armas e bagagens para Sevilha, a fim de conseguir o apoio dos Reis Católicos e estes, uma vez livres do mouros com a conquista de Granada, deram asas a essa proposta até porque, Colombo lhes acenava com o alargamento da propagação da fé católica, além de outras riquezas.

Na história, há estórias mal contadas e sobre este Colombo há-as para todos os gostos e paladares. Para irmos directos ao assunto, D. João II só podia recusar uma coisa que já sabia ser impossível, porque, graças à criação da Junta dos Astrónomos, na qual participavam os melhores especialistas nacionais e estrangeiros e que tinham uma noção mais exacta das longitudes e latitudes do que os castelhanos e outros estrangeiros. E foi por isso, que terá recusado a proposta de Colombo para ir descobrir a Índia pelo Ocidente. Por isso e também por ser estrangeiro.



Mas como é que o Príncipe Perfeito sabia que a Índia não era por aquele rumo?

Socorrendo-me de um livro que tenho na minha depauperada biblioteca, escrito por Domingos Mascarenhas em 1982 cujo titulo; «Portugalidade Biografia de uma Nação» onde escreve sobre os feitos e descobertas dos nossos navegadores em toda a costa de África, tendo como cereja em cima do bolo a ultrapassagem do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias em 1488 o que quer dizer, termos entrado por fim, no Oceânico Índico. Daí até à Índia, era quase um saldo de pardal. Mas não era somente nos mares africanos que fazíamos vela. Também os mares do Atlântico ocidental, tiveram a suprema honra de serem navegados pelos intrépidos e heróicos Portugueses.

Vejamos o que nos diz Domingos Mascarenhas;

«O facto é que está hoje averiguado terem João Vaz-Corte Real e Álvaro Martins Homem, antes de 1474, chegado à Terra Nova; haver João Fernandes Labrador e Pedro de Barcelos encontrado a Gronelândia cerca de 1495; terem Gaspar e Miguel Corte-Real explorado a Terra Nova. Todos estes mareantes eram da Ilha Terceira, tal como Fernão Dulmo que D. João II enviou  em 1487 a descobrir ilhas ou terras a ocidente.
Há cerca de 30 anos atrás (1950) o geógrafo Inglês A. Davies, professor do University College de Execter, reivindicou para Dulmo o descobrimento da América do Norte e da América do Sul, antes que Colombo, baseados em mapas feitos em Lisboa em 1500, 1502 e 1507.
Se assim foi, Dulmo deve ter chegado a Portugal com essa notícia, mais ou menos na altura em que Bartolomeu Dias regressou com a informação de que dobrara a ponta meridional de África.  Esta segunda notícia terá dado a D. João II a certeza de que alcançaria o Oriente muito mais rapidamente pela rota do Cabo, pois sabia que as terras descobertas por Dulmo não podiam ser a Índia».

Já viu, caro leitor, o tamanho da informação que tinha o nosso brilhante Príncipe Perfeito, quando dele se abeirou Colombo com a proposta do caminho para a Índia? E como Colombo "ameaçava" irem os seus préstimos direitinhos para os vizinhos Católicos e seus primos, o nosso Ilustre Rei achou por bem dar-lhe força..
Vai Colombo! Vai lá a Castela e oferece à minha prima essa tua tão brilhante ideia! Não te percas pelo caminho! Ontem já era tarde! É que, enquanto eles andarem entretidos no erro, mais depressa chego à Índia para o trato das especiarias, que era o grande negócio da época...(pensou o Rei)

Sobre este tema muito mais havia a dizer... como por exemplo, no mapa do tratado de Tordesilhas feito em 1494, já se ver algo que oficialmente só foi descoberto (ou achado) em 1500. É simples. O Brasil já tinha sido descoberto. O problema era o de não termos gente para povoar e por isso, mantínhamos todas as descobertas em segredo de estado. Assim foi com a Austrália, Nova Zelândia, etc. etc.

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