Erros fatais de português! Saiba quais são

Erros frequentes e fatais de português

Cuidado com os erros ortográficos. Alguns são fatais e, quando escritos no Facebook, constituem justa causa para desamigamento. 

Saiba quais os erros mais frequentes. Para isso socorremo-nos do Dicionário de Erros Frequentes da Língua portuguesa, de Manuel Monteiro, escritor, jornalista e revisor.

Erros fatais de português! Saiba quais são
Hádes
Hades é o deus do mundo inferior e dos mortos, na mitologia grega, mas há quem insista em usá-lo em lugar de «hás de», a forma correcta da segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver com a preposição de.

Esta-mos
«Estamos» é a conjugação, no presente do indicativo, da primeira pessoa do plural do verbo estar e é uma palavra só, sem hífen.

Derivado a
Derivado de. Devido a. Tão simples.

Á
Não! «À» leva acento grave. Algumas pessoas teimam no acento agudo, o que é uma injustiça para o grave, tão pouco usado na língua portuguesa. «À» é das poucas palavras que o tem. Façam-lhe justiça.

ou À
Por vezes confunde-se o «à» com o «há», sobretudo quando o verbo haver é usado para descrever a passagem do tempo. Quando queremos dizer que foi «há pouco tempo», usamos o h, há, do verbo haver. Já se quisermos dizer que precisamos de ir «às compras», dispensamos o h e vamos.

Grama / o ou a
Há o nome ou substantivo masculino grama, que é uma unidade de medida de massa e há o nome ou substantivo feminino grama, conceito semelhante a relva. Diz-se um grama, dois gramas, duzentos gramas.

Destrocar
«Destrocar» existe. É desmanchar a troca. Compra um bolo de chocolate e tem um insecto lá dentro. Devolve o bolo. Opera uma destroca, ou simplesmente, destroca. Deformação popular é empregar o verbo no sentido de trocar notas por moedas. Nesse caso diz-se: Troca-me estas notas por moedas.

Há anos atrás
Há dois anos, há quatro jogos, há duas aulas. Acaso seria possível há duas semanas à frente ou ao lado?

A cerca, Acerca de, Há cerca de
A cerca media um metro.
O presidente recusa falar acerca de novas contratações.
Veja todas as notícias acerca do que se passa na Líbia.
Há cerca de doze anos, deixei de fumar.

Beje ou Beige
Beje é um erro ortográfico e beige é francês. A cor é «bege».

Bom ou Bem
Persistimos na confusão do adjectivo «bom» com o advérbio «bem». «Estás bom?» e «estás boa?». A pergunta deve ser: «Estás bem?» Quem utiliza o «bom» ou «boa» que faça o exercício de utilizar os antónimos: «Estamos/passaste mau/má?». Quando expressamos assentimento, aquiescência, digamos «está bem» - como dizemos «está mal» - e nunca «está bom».

Conselho ou Concelho
Damos um conselho. Os ministros reúnem-se num conselho de ministros. Temos conselhos científicos e outros órgãos colegiais. Temos os concelhos de Loures, de Sintra, ou seja, a ideia de circunscrição territorial.

Concerteza
Com certeza - duas palavras. Com ou sem certeza. Não existe «concerteza».

Constrangedor ou Confrangedor
Para tudo e mais alguma coisa, os portugueses dizem e escrevem «situação constrangedora». Constranger é impedir os movimentos, comprimir, subjugar, coagir. Constrangido é que foi forçado, obrigado, coagido. Confrangedor é aquilo que aflige, atormenta, angustia, «causa dor».

Despensa ou Dispensa
Despensa é o pequeno compartimento da casa onde guardamos os produtos alimentares. Dispensa é o ato de dispensar, a permissão para não executar um dever ou um trabalho.

Desfolhar
«Desfolhar» é tirar folhas ou pétalas. Quem desfolha livros... arranca as páginas. «Folhear» é ler apressadamente, virando as páginas com ritmo acima da leitura normal.

Evacuaram-se trinta pessoas
Evacuam-se espaços. Não se evacuam pessoas. As pessoas evacuam, claro está, no sentido de expelir excrementos. Etimologicamente, evacuar é esvaziar. Em situações extremas, as pessoas são desalojadas.

Fossemos
«Fossemos» - lemos a primeira vogal como u - é do verbo fossar, revolver a terra com o focinho. «Fôssemos» é do verbo ser e do verbo ir. A importância de um acento circunflexo.

Fidagal
Os inimigos são figadais. O ódio é figadal. Oriundo do fígado, profundo, íntimo. Fidagal não existe - temos «fidalgal», relativo a fidalgo.

Ir de encontro a, ou Ir ao encontro de
A política do Governo não foi de encontro às ideias da tróica. Foi ao encontro das ideias da tróica. «Ir de encontro a» significa tão só esbarrar fisicamente, implica colisão.

Insonso
A palavra é «insosso». Insosso, do latim insulsu, «sem sal» «sem sabor».
(ensina.rtp.pt)

Inclusivé
O termo em português é «inclusive», palavra latina que entrou tal qual na língua portuguesa. O seu antónimo é «exclusive».

Já agora
Tanto pode dizer «já» como «agora». «Já agora» é uma redundância não-intencional, ou seja, um lugar comum.

Losângulo
A palavra correcta é «losango» do francês losange.

Mal e porcamente
Leitor, quando emprega esta expressão, pretende transmitir a ideia de imundície? Pretende dizer mal e suinamente?, mal e sordidamente? A expressão original é «mal e parcamente» que significa «fez mal e, ainda por cima, fez pouco».

Morrer à fome
A expressão é «morrer de fome». Como morrer de tédio, de ciúmes, de riso. Ter morrido ao frio não significa que se tenha morrido de frio.

Onde
Onde é um locativo, localiza no espaço e por isso não deve substituir, como abusivamente tem feito, o «em que» ou o «na qual». Por exemplo: um período da minha vida onde, um filme onde, uma música onde, uma frase onde. Tudo errado. «Em que» e «na qual» seriam a fórmula adequada.

Ovelha ranhosa
A expressão idiomática é «ovelha ronhosa». Provém de «ronha» e não de «ranho».

Pedir para
Mnemónica: «pedir algo» e não «pedir para algo».
Exemplo: O juiz pediu que se calassem.

Pelos vistos
Estamos perante um particípio passado - no caso em apreço, do verbo ver. A expressão correcta é «pelo visto». Perante aquilo que foi visto.

Quanto muito
A expressão correcta é «quando muito», que significa "no máximo", "se tanto". Tem-se generalizado a expressão "quanto muito", certamente por influência formal de quanto mais, na sua acepção de "principalmente", "que fará". Também se emprega a expressão «quando menos», com o significado de "pelo menos", "ao menos".

Reavessemos
Correctamente, «reouvéssemos».

Saudades tuas
A expressão acertada e lógica «é saudades de ti».

Se não ou Senão
«Come menos doces, senão engordas»: a palavra senão utiliza-se sempre que queiramos transmitir a ideia de «caso contrário», «de outra forma», «de outro modo», «de contrário», «excepto», «defeito». Já «se não» tem outro sentido: «se não te apressas, chegas atrasado».

Sob ou Sobre
Alguém dorme «sob» a ponte se dormir debaixo da ponte e dorme «sobre» o jornal se o jornal estiver debaixo do seu corpo. A situação está sob controlo.

Ter a ver
A expressão é ter que ver. «Ter que ver» como «ter pouco que fazer».

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EXERCÍCIO: No texto seguinte há cinco erros. Sabe quais?
Hadem convir que todos os dias são cometidos verdadeiros atentados á língua portuguesa. Derivado a isso, resolve-mos ir há procura dos erros mais frequentes, e irritantes, de português.
[adaptação Pg. fonte:noticiasmagazine.pt]
Aprenda a usar a vírgula com 4 regras simples

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