Lenda das Cruzes de Barcelos
No ano de 1504, vivam em Barcelos dois homens que se odiavam: o sapateiro João Pires e o fidalgo D. Pedro Martins.
João Pires tinha uma filha, a Luisinha a quem o fidalgo, galanteador incorrigível, perseguia constantemente com os seus galanteios. Um dia, quando a jovem foi buscar água à fonte, D. Pedro Martins saiu-lhe ao caminho e só a pronta intervenção do sapateiro evitou o pior... Duas valentes bofetadas de João Pires ficaram marcadas no rosto do fidalgo, como se tivessem sido impressas a fogo.
A chacota do povo nos tempos que se seguiram só veio acirrar ainda mais o desejo de vingança do fidalgo contra o sapateiro e a sua filha.
Num dia de grande tempestade, um barco vindo da Flandres naufragou na costa de Esposende, perto de Barcelos.
Quando as mulheres acorreram à praia para recolher os despojos, Luisinha encontrou enterrado na areia um pedaço de madeira que tinha um calor estranho e exalava um exótico perfume.
Chegada a casa lançou o bocado de madeira ao fogo e algo de extraordinário aconteceu: a casa encheu-se de uma claridade estranha e no solo de terra batida ficou desenhada uma cruz luminosa.
Por mais que se escavasse a terra naquele local onde a cruz luminosa se projectava, a cova voltava a encher-se de terra.
A notícia do milagre correu por toda a cidade e a casa do sapateiro passou a ser um local de peregrinação. Apenas o fidalgo, D. Pedro Martins não acreditou e acusou o sapateiro e a filha de embusteiros e bruxos, afirmando que os dois deveriam ser atirados à fogueira.
Estas acusações ganharam cada vez mais adeptos que acompanharam D.Pedro Martins até à porta do sapateiro e, quando este se preparava para o acusar injustamente invocando o nome de Deus, a mesma cruz luminosa apareceu.
A notícia do milagre correu por toda a cidade e a casa do sapateiro passou a ser um local de peregrinação. Apenas o fidalgo, D. Pedro Martins não acreditou e acusou o sapateiro e a filha de embusteiros e bruxos, afirmando que os dois deveriam ser atirados à fogueira.
Estas acusações ganharam cada vez mais adeptos que acompanharam D.Pedro Martins até à porta do sapateiro e, quando este se preparava para o acusar injustamente invocando o nome de Deus, a mesma cruz luminosa apareceu.
O fidalgo caiu humildemente de joelhos e pediu perdão a Deus, depois ordens para que começasse a construir um templo em acção de graças pelo milagre.
Diz a lenda que as marcas das mãos do sapateiro desapareceram-lhe do rosto naquele mesmo momento. Foi este milagre que deu origem a uma ermida anterior à actual igreja e também à famosa romaria da Feira das Cruzes de Barcelos.
(Lendas de Portugal)
Diz a lenda que as marcas das mãos do sapateiro desapareceram-lhe do rosto naquele mesmo momento. Foi este milagre que deu origem a uma ermida anterior à actual igreja e também à famosa romaria da Feira das Cruzes de Barcelos.
(Lendas de Portugal)
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