Covid-19. Manipulação descarada da opinião pública - Raquel Varela

Portugal vive uma época histórica única - não há oposição, de esquerda, de direita, de centro.

Aplicação StayAway Covid
Aplicação StayAway Covid.

Um Primeiro-Ministro que conseguiu no meio da pandemia perder ainda mais médicos e profissionais de saúde para o sector privado, profissionais que não foram aumentados 1 euro nesta pandemia, e agora quer colocar a polícia a verificar os nossos telemóveis - em circunstâncias normais de funcionamento da democracia e se o PM fosse de um partido de direita o país já tinha - e bem - exigido a sua demissão pela incompetência em dotar o SNS para a segunda vaga, pelo atentado flagrante à Constituição e pela manipulação descarada da opinião pública, baseada na irracionalidade, convencendo que uma aplicação teria qualquer efeito no combate ao Covid-19 - é tudo mau de mais para ser verdade. 

Mas Portugal vive uma época histórica única - não há oposição, de esquerda, de direita, de centro. É deprimente. 

Junto-me às várias vozes que não aceitam esta medida - figuras públicas e milhares de anónimos, o Presidente do Conselho Nacional de Saúde Pública, centenas de médicos sérios, juristas, cientistas. Todos contra. 

Há limites ao autoritarismo. Há linhas vermelhas que exigem de nós posições inequívocas contra o populismo e a manipulação política da ignorância. 

O que nos pode proteger numa pandemia é cuidar de quem cuida da nossa saúde, dos profissionais de saúde a quem não foi oferecido nada nestes tempos - nada, zero. Tudo o resto é um atentado à nossa inteligência e aos nossos direitos fundamentais. 
(Raquel Varela, Facebook)

São medidas altamente autoritárias. Isto é um sinal evidente de uma imensa desorientação, não é política baseada na evidência, é política para tentar criar evidência. Isto indigna-me não só pelo lado autoritário mas também pela estupidez, porque a história ensina-nos que nunca se consegue combater com eficácia uma crise sanitária com medidas repressivas. (Henrique de Barros, presidente do Conselho Nacional de Saúde. Jornal Público)

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