«O Estado de Emergência é na verdade um programa político»

Raquel Varela: Um Estado de Emergência que explicita que se pode passear animais, sendo omisso em relação às crianças é na verdade não uma lei de excepção mas todo um programa político.

«O Estado de Emergência é na verdade um programa político»
Raquel Varela (Facebook)

Um Estado de Emergência que de forma explicita dá permissão para ir ao supermercado e fecha restaurantes (já vazios e à beira da falência); permite trabalhar ao Domingo mas não visitar a família; e explicita que se pode passear animais, sendo omisso em relação às crianças é na verdade não uma lei de excepção mas todo um programa político.

Um programa de decadência. Que diz que as pessoas basicamente estão vivas para produzir (em grande parte bens não essenciais) e ir ao supermercado. Tudo o que é vital: o mínimo de ar puro e relações de afectos é, para este Governo, um perigo de contágio.

Produzir carros, solas de sapatos ou pedaços de armas para exportação ao mesmo Domingo é permitido porque o "país não pode parar".

Filosoficamente batemos no fundo em termos de perceber o que são seres humanos. Do ponto de vista de saúde pública e ciência nem sei o que possa dizer... restaurante com esplanada e 5 mesas fechado, supermercado aberto.

Adenda fundamental da leitora, Helena Vasques de Carvalho:

"Além do mais elaborado segundo um ponto de vista de classe média. Quem chega a casa de trabalho por turnos, ou toda a noite, e tem de repor sono de manhã acorda para o confinamento. Quem tem várias crianças num apartamento pequeno, irá dar em doido. Porque não incentivar práticas de ar livre, concertos nos coretos. E reforço nos meios de transporte para não estarem lotados."

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