Requisição civil da Galp, paga com os nossos impostos
Agora trabalham para uns duvidosos senhores, reunidos na Antram, que lhe pagam metade porque a Galp lhes paga metade. A Galp que anuncia, só para este ano, 109 milhões de euros de lucro.
O que isto provou é que este país em matéria laboral é um atraso, confrangedor. Os trabalhadores não desrespeitaram os serviços mínimos. Limitaram-se a cumprir a lei, trabalhando 8 horas. E as empresas dependiam e dependem para sectores vitais de 14 e 15 horas diárias de cada um deles para assegurar o "regular abastecimento dos postos". Sim, jornadas de trabalho regulares do século do XIX. E o que a Antram quer é continuar a usar as mesmas 14 e 15 horas de trabalho pagando 700 euros, mas uma isenção de horário de 280 euros, ou seja 900 euros por 50 a 75 horas semanais de trabalho.
Agora pergunto, se este é um sector tão vital para a economia porque depende de horários de trabalho de 15 horas? E se é essencial ao país porque está entregue na mão de empresas privadas?
Reitero: há 20 anos estes homens trabalhavam numa empresa pública chamada Galp, 8 horas por dia e ganhavam o equivalente hoje a 1400 euros. Agora trabalham para uns duvidosos senhores, reunidos na Antram, que lhe pagam metade porque a Galp lhes paga metade. A Galp que anuncia, só para este ano, 109 milhões de euros de lucro.
Foi, portanto, não uma requisição civil, mas uma requisição da família Amorim e dos accionistas intermediários, paga com os nossos impostos, que usam as forças de segurança para fazer este papel acintoso.
A requisição civil não é mais do que a confissão pública daquilo que nós, especialistas em trabalho, temos vindo a alertar – em Portugal é um padrão haver horários de trabalho dignos de uma fábrica inglesa em 1830 e, segundo INE, mais de metade trabalha até 70 horas por semana.
Hoje o Governo explicou que é isto que defende. É a favor disto – e não contra Berardo, a Galp, ou a Banca – que o Governo enviou a GNR e o Exército. A menos que os sindicatos reajam juntos, esta tragédia nacional vai continuar. Contra o interesse social, económico e humano da larga maioria de nós portugueses.
Raquel Varela
Requisição civil da Galp
O que isto provou é que este país em matéria laboral é um atraso, confrangedor. Os trabalhadores não desrespeitaram os serviços mínimos. Limitaram-se a cumprir a lei, trabalhando 8 horas. E as empresas dependiam e dependem para sectores vitais de 14 e 15 horas diárias de cada um deles para assegurar o "regular abastecimento dos postos". Sim, jornadas de trabalho regulares do século do XIX. E o que a Antram quer é continuar a usar as mesmas 14 e 15 horas de trabalho pagando 700 euros, mas uma isenção de horário de 280 euros, ou seja 900 euros por 50 a 75 horas semanais de trabalho.
Agora pergunto, se este é um sector tão vital para a economia porque depende de horários de trabalho de 15 horas? E se é essencial ao país porque está entregue na mão de empresas privadas?
Reitero: há 20 anos estes homens trabalhavam numa empresa pública chamada Galp, 8 horas por dia e ganhavam o equivalente hoje a 1400 euros. Agora trabalham para uns duvidosos senhores, reunidos na Antram, que lhe pagam metade porque a Galp lhes paga metade. A Galp que anuncia, só para este ano, 109 milhões de euros de lucro.
Foi, portanto, não uma requisição civil, mas uma requisição da família Amorim e dos accionistas intermediários, paga com os nossos impostos, que usam as forças de segurança para fazer este papel acintoso.
A requisição civil não é mais do que a confissão pública daquilo que nós, especialistas em trabalho, temos vindo a alertar – em Portugal é um padrão haver horários de trabalho dignos de uma fábrica inglesa em 1830 e, segundo INE, mais de metade trabalha até 70 horas por semana.
Hoje o Governo explicou que é isto que defende. É a favor disto – e não contra Berardo, a Galp, ou a Banca – que o Governo enviou a GNR e o Exército. A menos que os sindicatos reajam juntos, esta tragédia nacional vai continuar. Contra o interesse social, económico e humano da larga maioria de nós portugueses.
Raquel Varela