«Alexandra Leitão, ministra do Envelhecimento e Pesporrência do Estado»

Joana Amaral Dias: "Leitão, a nova Cabrita, visitou uma Loja do Cidadão, destratando os trabalhadores numa gritaria, à frente de todos os utentes".


Alexandra Leitão, ministra da Pesporrência do Estado: Joana Amaral

Leitão, a nova Cabrita.

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública começa a disputar o pódio com o ministro Eduardo Cabrita. Já no passado recente comportou-se sem sombra de ética e sem sanção, o que porventura lhe terá dado um sentimento de impunidade que agora escalou com a gritaria com que encheu uma Loja do Cidadão.

Vejamos: como secretária de Estado da Educação, ficou famosa por ter as suas filhas a estudar num colégio enquanto, supostamente, combatia os "lobbies da educação particular". Será que agora terá a mesma coerência a combater os grupos privados da saúde na contenda com a ADSE? 

Não menos memoráveis são as suas declarações sobre a StayAway Covid: "Na minha opinião, o ideal é que estas medidas não tenham de ser obrigatórias. Mas, naturalmente, o desenrolar dos acontecimentos pode forçar-nos a outras decisões", disse. Já quando a jornalista lhe perguntou: "E a senhora ministra, já a instalou?", respondeu esta pérola: "Com toda a simpatia, vou declinar responder a essa pergunta, porque é uma questão do foro pessoal e não deve ser escrutinado publicamente por ninguém se A ou B tem a aplicação instalada." 

Entre escolas caras e medidas mandatórias, olha para o que digo, não olhes para o que eu faço, parece ser o lema de Alexandra Leitão. Só que não. No que toca a dizer, a ministra apresenta a tal tendência para excesso de decibéis e tanto diz que pretende que a assiduidade (pré-covid) dos funcionários públicos seja premiada (mais controlo) como quer recompensá-los com residências universitárias para os seus filhos, como se os demais trabalhadores não precisassem também.

Como se não bastasse, e conforme denunciado pelo dirigente sindical Arménio Maximino, Leitão, a nova Cabrita, visitou, no passado fim de semana, uma Loja do Cidadão, destratando os trabalhadores numa gritaria por causa dos tempos longos de espera, com uma "atitude completamente autoritária, sem nenhuma razão, à frente de todos os utentes"

O sindicalista classificou-a como um "episódio lamentável, que envergonharia qualquer ditador".

Certo é que a ministra se focou particularmente em ajudar um cidadão que aguardava há 11 horas para ser atendido, concedendo-lhe um tratamento de excepção (qual a razão?), até porque, com a desculpa desta perigosa e ineficaz gestão da covid, passou-se do atendimento só com marcação para o apareçam todos de uma vez, inclusive os milhares que estão há meses à espera.

Mas isso é culpa dos funcionários? Mesmo? E, se fosse, resolvia-se com escândalo? Se há défice de recursos humanos, más transições de modalidades de atendimento, excesso de tempos e listas de espera, incumprimento do atendimento sem marcação, a responsável é Alexandra Leitão e não os trabalhadores.

A ministra até poderia (e deveria) aparecer de surpresa, para observar e até ajudar a solucionar, sempre numa atitude de autoridade e colaboração e nunca com um comportamento despótico e descompensado. Só faltava que fosse mais uma a bater num funcionário (com as reiteradas agressões físicas a estes trabalhadores preocupa-se?!).

Enfim, entre filhos e enteados, cenourinhas-isco, berraria e o descartar das suas próprias responsabilidades, definitivamente não estamos perante a ministra da Modernização do Estado. Alexandra Leitão é a ministra do Envelhecimento e Pesporrência do Estado. Há coisas que nunca mudam?
Joana Amaral Dias

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