A queda da monarquia e a corrupção - Paulo Morais
"Se o problema da corrupção não for tratado a bem, vai acabar a mal de certeza absoluta."
A QUEDA DA MONARQUIA, a 5 DE OUTUBRO DE 1910, teve como causa próxima a gestão criminosa do Crédito Predial (um misto de Banco Espírito Santo e Banco Português de Negócios da época).
A figura central, a alma negra do Crédito Predial, foi Luciano de Castro.
Como deputado, elaborou a Lei que regulou "a criação e o funcionamento das sociedades de crédito predial", para mais tarde ser ele mesmo o Governador do Crédito.
Os empréstimos concedidos eram maioritariamente de favor, a políticos e amigos do poder vigente, ora do Partido Progressista de Luciano, ora do Regenerador de Fontes e Hintze, todos membros da Administração do Banco.
Em 1910, detectam-se desfalques sistemáticos desde 1902. Uma auditoria identifica créditos incobráveis de sessenta contos, cai o governo em Junho; uma nova auditoria verifica que os incobráveis não eram de sessenta contos, mas de oitocentos!
Vem a bancarrota, esboroa-se a Monarquia e eclode a República, com milhares a clamar "Matem o ladrão do Crédito Predial", Luciano de Castro (que dá hoje nome a um hospital público).
- Paulo de Morais
"Os regimes, mesmo em Portugal, têm caído às mãos da corrupção. Por exemplo, a monarquia cai no dia 5 de Outubro de 1910, os cartazes de rua não eram "Viva a República". Os cartazes de rua eram "Prendam o ladrão do Crédito Predial". (Paulo Morais na CMTV)
Vídeo: Um minuto com Paulo Morais. Edição Pg:
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