A propaganda, como a mentira, tem perna curta! - Paulo Morais

Passavam, subliminarmente, a ideia de que a pandemia Covid estaria a chegar ao fim.

A propaganda, como a mentira, tem perna curta! - Paulo Morais

Da Euforia ao Desencanto

Há apenas 15 dias, as televisões bombardeavam-nos com imagens de profissionais de saúde a serem vacinados em Lisboa, no Porto ou no Funchal, perante aplausos e sorrisos de políticos.

Horas e horas de reportagens com braços a serem picados! Passavam, subliminarmente, a ideia de que, com a chegada da vacina, a pandemia Covid estaria a chegar ao fim. Criaram-se, artificialmente, falsas expectativas aos portugueses.

De repente, duas semanas volvidas, as imagens são dos serviços hospitalares em ruptura, o país confinado, a actividade económica em risco, a sociedade deprimida.

A propaganda, como a mentira, tem perna curta! E a verdade chegou, implacável e triste.
Paulo de Morais

ADENDA:
No dia 26 de Dezembro, o Governo enviou uma mensagem sms a (quase) todos os telemóveis dos portugueses a propagandear: "Vacinação começa amanhã (...) vacina gratuita. Aguarde contacto do SNS".

Este aviso marcava o arranque da gigantesca manobra de propaganda que foi a "Chegada das Vacinas": escoltas policiais ao transporte das vacinas, imagens de vacinação no Hospital de S. João, Santo António, Santa Maria, mangas arregaçadas, peito ao léu, comitivas gigantes a assitir ao espetar da agulha.

Ao fim de um mês, aos cidadãos resta a triste ansiedade de continuar a "aguardar contacto do SNS": por longos e penosos meses a "aguardar contacto".
Paulo de Morais

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