«Nos próximos 4 meses Portugal viverá fora da lei»
Estamos perante a suspensão da Democracia durante quatro meses!
E sem reacção dos que em Portugal são responsáveis, no limite, por vigiar a democracia e o cumprimento estrito das leis fundamentais.(Joana Amaral Dias)

A democracia morreu. RIP.
Nos próximos quatro meses Portugal viverá fora da lei e não será mais um Estado de Direito.Em Março ressuscitará? A ver. Certo é que este ataque ao coração do regime, proveniente do próprio interior do regime, não será reversível sem mácula. Se é que será reversível.
Em primeiro, a declaração da Situação de Calamidade não se encontra prevista Constitucionalmente. Lei fundamental no lixo, outra vez.
Estado de Calamidade por simples resolução do Conselho de Ministros e sem filtro do Presidente da República?!
O que está na Constituição: "os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de Estado de Sítio ou de Estado de Emergência, declarados na forma prevista na Constituição".
Mais: a Constituição proíbe a dissolução do Parlamento na vigência de um Estado de Excepção! Por outro lado, o Estado de Emergência tem que ser renovado a cada quinze dias (art.19º, nº5 da Constituição), mas esta Situação de Calamidade vai durar até 20 de Março de 2022, incluindo eleições legislativas e o processo de formação do novo Governo!
Mas que fajardice é esta?!!!
Mais: não há acidente grave nem série de acidentes, logo o governo (se quisesse operar dentro da lei) não poderia invocar a lei de bases da Protecção Civil que, ainda por cima, obrigaria a declarar contingência previamente.
Repito: perante a bovinidade partidária geral, aterrorizada ou cobardolas, hoje já não vivemos num Estado de Direito. Luto.
(Joana Amaral Dias)
(Joana Amaral Dias)
"Estamos aqui perante um precedente perigosíssimo: uma suspensão da Democracia"
video de: Joana Amaral Dias (CNN). Edição: Pg.