«Há banqueiros criminosos e governos cúmplices» Joana Amaral
A história do BES/NB é a Barca do Inferno, lotada de onzeneiros e corregedores. Durante anos, esse banco foi a gamela de Ricardo Salgado (continua solto) e de uma cáfila de biltres que agora em parte desfila na comissão de inquérito no parlamento.
Tudo com a cobertura de governos colaboracionistas e perdulários que representaram interesses de caciques partidários e jamais o bem comum.
Foi assim que quem tinha activos saiu lesado e quem tinha passivos foi perdoado. Foi assim que a resolução em 2014 foi suportada em dinheiros públicos, bem como a venda em 2016.
Os banqueiros criminosos e os governos cúmplices contaram com a negligência e fracasso dos reguladores, dos trabalhos técnicos dos grandes escritórios de advogados, do banco de Portugal, de uma comunicação social lassa.
Essa barca do inferno trouxe diluição de responsabilidades, claro. Por isso é que o Novo Banco já recebeu o dobro das injecções previstas, a sua administração insiste em criatividades contabilísticas para usurpar mais dinheiro ao Estado de olho preguiçoso para o esbulho.
Aliás, o Fundo de Resolução tem assinado de cruz todos caprichos e a sua administração imputa aos contribuintes perdas na atividade geral do banco e não só nos ativos cobertos pelo contrato. Por isso é que esta Barca do Inferno vai terminar sem consequências. Crime sem castigo. (Joana Amaral Dias)
Video: JAD. Edição: Pg.
Deixe o seu comentário