«Um país onde ainda se morre de frio» Joana Amaral Dias

País frio

Estrangeiros da EDP podem ficar com o melhor de dois mundos - monopólio privado e subsídios públicos.

Um país onde ainda se morre de frio

Veja: Quase dois milhões de portugueses vivem em pobreza energética

Vem mau tempo e logo milhares de pessoas ficam sem energia durante vários dias, escolas e estabelecimentos comerciais encerram, famílias enregelam em casa, comida estraga-se nos frigoríficos, graves prejuízos agrícolas, desespero.

Já António Mexia, o presidente executivo da EDP, embolsou 2,29 milhões de euros em 2017. Mais 15% do que em 2016.

Quando a EDP - construída e paga pelos portugueses - era pública, considerava-se inaceitável e inimaginável que uma única freguesia ficasse às escuras tanto tempo. E não ficava. Agora que é dos chineses e americanos, várias localidades ficam em apagão continuado porque só interessam os ganhos e não o controlo de um bem estratégico para Portugal ou servir as populações.

Exacto. Os lucros da eléctrica crescem só que agora esse dinheiro (1113 milhões em 2017) não vai para os cofres do Estado.

Aliás, embolsar 3 milhões de euros diariamente, cobrar uma das electricidades mais caras da Europa e ainda receber rendas milionárias que mesmo este governo mantém, só num país em que o Mexia lixa o mexilhão. Em que estrangeiros podem ficar com o melhor de dois mundos - monopólio privado e subsídios públicos. Em que meia dúzia brinca aos pobrezinhos e os outros são mesmo pobres. Um país onde ainda se morre de frio.
Joana Amaral Dias

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