«O confinamento é uma solução preguiçosa e um luxo para ricos»
Joana Amaral Dias:
Há que procurar soluções corajosas em vez da medida fácil e preguiçosa do 'fechem tudo'. Os pobres ou aflitos não se podem dar ao luxo do confinamento.
Basta desse discurso badalhoco que acusa os portugueses pelos mortos de covid. Se os portugueses são irresponsáveis, então todos os povos europeus são irresponsáveis porque este aumento verifica-se em vários países. E até se observa em nações que nem sequer festejam o Natal, como o Japão.
Há mais casos porque Janeiro é o mês das infeções respiratórias, porque as temperaturas estão especialmente baixas e porque se deixou de contar outras causas de morte como broncopneumonias.
Mais - O confinamento é uma solução preguiçosa e um luxo para ricos e remediados. Os pobres ou aflitos, quem serve na construção civil ou nas limpezas, os profissionais de saúde, os professores, não dispõem de tele-trabalho. Pegam ao batente e pronto. Correm riscos, que remédio.
Há que procurar as soluções racionais e corajosas. A requisição civil dos hospitais privados, o reforço dos transportes públicos, a protecção férrea dos mais velhos e dos doentes crónicos, horários alargados que evitem aglomerações (e não horários curtos que levam à concentração de pessoas).
Precisamos de políticos bravos e de jornalistas que façam o seu papel - serem incómodos e não pastéis de Belém. Caso contrário, morremos da cura e morremos da doença também. (Joana Amaral Dias)
"É necessário que os jornalistas se cheguem à frente e façam as perguntas difíceis" - Joana Amaral. Video edição: Pg.
ADENDA:
"Claro que a situação é muito difícil e não existem soluções milagrosas para ela. Mas o que é cada vez mais inaceitável e mesmo insuportável é a postura dos governantes e responsáveis políticos que, sempre sem aceitarem uma crítica e sempre cheios da sua arrogância, vão empurrando o país para o abismo insistindo que a culpa é dos outros.
Governantes que assim actuam podem enganar muitos durante bastante tempo, mas seguramente não conseguirão enganar toda a gente durante todo o tempo. E devem, por isso, ser chamados a enfrentar não apenas as suas responsabilidades políticas e éticas, mas também jurídicas e até criminais, pelas gravíssimas consequências causadas, mais do que pela sua incompetência, pela sua infindável arrogância!"
(António Garcia Pereira - Covid-19: onde nos conduziu a arrogância e a incompetência)
Há que procurar soluções corajosas em vez da medida fácil e preguiçosa do 'fechem tudo'. Os pobres ou aflitos não se podem dar ao luxo do confinamento.
Basta desse discurso badalhoco que acusa os portugueses pelos mortos de covid. Se os portugueses são irresponsáveis, então todos os povos europeus são irresponsáveis porque este aumento verifica-se em vários países. E até se observa em nações que nem sequer festejam o Natal, como o Japão.
Há mais casos porque Janeiro é o mês das infeções respiratórias, porque as temperaturas estão especialmente baixas e porque se deixou de contar outras causas de morte como broncopneumonias.
Mais - O confinamento é uma solução preguiçosa e um luxo para ricos e remediados. Os pobres ou aflitos, quem serve na construção civil ou nas limpezas, os profissionais de saúde, os professores, não dispõem de tele-trabalho. Pegam ao batente e pronto. Correm riscos, que remédio.
Há que procurar as soluções racionais e corajosas. A requisição civil dos hospitais privados, o reforço dos transportes públicos, a protecção férrea dos mais velhos e dos doentes crónicos, horários alargados que evitem aglomerações (e não horários curtos que levam à concentração de pessoas).
Precisamos de políticos bravos e de jornalistas que façam o seu papel - serem incómodos e não pastéis de Belém. Caso contrário, morremos da cura e morremos da doença também. (Joana Amaral Dias)
"É necessário que os jornalistas se cheguem à frente e façam as perguntas difíceis" - Joana Amaral. Video edição: Pg.
ADENDA:
"Claro que a situação é muito difícil e não existem soluções milagrosas para ela. Mas o que é cada vez mais inaceitável e mesmo insuportável é a postura dos governantes e responsáveis políticos que, sempre sem aceitarem uma crítica e sempre cheios da sua arrogância, vão empurrando o país para o abismo insistindo que a culpa é dos outros.
Governantes que assim actuam podem enganar muitos durante bastante tempo, mas seguramente não conseguirão enganar toda a gente durante todo o tempo. E devem, por isso, ser chamados a enfrentar não apenas as suas responsabilidades políticas e éticas, mas também jurídicas e até criminais, pelas gravíssimas consequências causadas, mais do que pela sua incompetência, pela sua infindável arrogância!"
(António Garcia Pereira - Covid-19: onde nos conduziu a arrogância e a incompetência)
Pedro Almeida Vieira:
ResponderEliminar"DO NOVO NORMAL EM QUE O ESTADO/GOVERNO DEIXA DE TER RESPONSABILIDADES E NOS APONTA CULPAS (E MUITOS, QUASE TODOS, ACEITAM) /
* Em Julho morreram mais de 2.000 pessoas do que a média, sem que a covid estivesse particularmente activa? A culpa nunca será do Estado por não ter um plano para atenuar os efeitos de uma vaga de maior calor; foi dos velhotes que não percebem que podem morrer desidratados.
* Morrem pessoas porque foram adiados diagnósticos? A culpa não foi do Estado/Governo por não ter investido no reforço do SNS; foi das pessoas que ficaram doentes.
* Morrem pessoas por falta cirurgias? A culpa nunca será do Estado/Governo; foi das pessoas que andaram a estragar o corpo com vícios diversos.
* Morrem pessoas por má configuração e sinalização das estradas? A culpa não é do Estado/Governo; é sempre das pessoas que conduzisse, porque se não conduzissem não havia acidentes.
* Morrem pessoas de ataques cardíacos por causa do medo incrustado e evitam hospitais? A culpa não é do Estado/Governo; é das pessoas que andaram a comer gorduras e sal.
Entretanto:
* nos 11 primeiros dias de Janeiro um total de 5.741 pessoas contra 4.358 pessoas que morreram, em média, nos cinco anos anteriores homólogo;
* ontem, dia 11 de Janeiro, morerram 636 pessoas, ultrapassando pela primeira vez a fasquia dos 600 óbitos num dia (desde que há registos, a partir de 2014);
* contabilizando hoje, estamos com 8 dias consecutivos com mais de 500 óbitos (diários), sendo que no período 2009-2020 apenas tinham ocorrido três dias a ultrapassar a fasquia dos 500 óbitos;
* ontem, pela primeira vez desde que há registos diários, morreram mais de 400 pessoas nos hospitais (402).
NADA DISTO, repito: nada disto é culpa do Estado/Governo, que não tinha de investir no SNS; não tinha de ter um plano de contingência para a vaga de frio desta última semana; não tinha de ter um plano eficaz de controlo da pandemia nos lares (onde morreram mais de 33% das vítimas por covid, apesar de só lá viverem menos de 1% da população portuguesa). Não tinha de fazer nada.
A CULPA DE TUDO é apenas das pessoas. SOBRETUDO daquelas que andaram em mundanos festejos de Natal e de Anio Novo. Incluindo mesmo as monjas do Mosteiro da Imaculada Conceição de Campo Maior. E só não incluio o Presidente da República, porque afinal não está infectado (ou afinal estava, segundo o Doutor Simas).
A partir daqui, minhas senhoras e meus senhores, o Estado/Governo nunca terá culpa de NADA. Desemerdem-se. E agradeçam cada açoite do Estado/Governo, porque a culpa será sempre vossa.
Nota: Estes e outros textos podem ser lidos no blog “Nos Cornos da Covid” em https://noscornosdacovid.blogspot.com